A primeira coisa para assistir a esse filme, é entender que ele é uma nova visão sobre a história As personalidades dos personagens, a ideologia e até mesmo as formas como as mortes acontecem são bem diferentes. Isso não desqualifica o filme, mas há outros fatores que tiram o valor da obra.
A construção dos personagens aqui não é consistente, principalmente do protagonista Light Turner (Nat Wolff), que é colocado como um jovem extremamente inteligente, mas suas decisões mostram exatamente ao contrário. A relação construída com Mia (Margaret Qualley), que é algo muito importante dentro desta adaptação, não convence e a falta de química entre os protagonistas chega a incomodar. No elenco, todos parecem mal escalados, com exceção de Keith Stanfield, que se esforça para fazer o melhor que tem com o seu personagem. Ele consegue transmitir a solidão e transformar os hábitos incomuns do personagem original, como a forma como ele se senta, por exemplo, em algo natural. Uma pena que ele esteja inserido neste roteiro. William Dafoe, que faz a voz do Riuk, também consegue encontrar um tom que é ao mesmo tempo assustador e carismático, mas os efeitos do Shinigami também não convencem, e trabalhar com as sombras do ser, que poderia ser uma saída esperta e interessante, não é conduzida da melhor forma.
A narrativa corre, querendo estabelecer logo o drama principal, mas para isso, acaba sacrificando o bom senso e tornando tudo apressando e mal desenvolvido. Virando um amontoado de clichês adolescente com cenas sangrentas. O longa parece um resumo do que deveria ser, regado com uma trilha sonora não combina com as cenas, e no lugar de complementarem a trama, tiram o sentimento que o filme deveria passar.
Infelizmente, o filme parece um amontoado de boas ideia desperdiçadas. Não funciona para os fãs antigos e nem para cativar uma nova audiência.
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