Moulin Rouge
Ana Menezes
Agosto de 2001, algum cinema cheio mas não lotado.
Estréia de Moulin Rouge. Dirigido por Baz Luhrmann.
Primeira cena, as cortinas vermelhas abrem e vemos a sombra de um maestro contra a tela que conduz o tema da 20th century fox.
Começa em sérpia. e por um momento eu penso será o filme certo?
Mas logo a ireverência, a musicalidade e a magia tomam conta da sala.
a história de fundo não traz nenhuma grande inovação, é o roteiro básico de qualquer drama romantico decente: rapaz pobre, duque rico, moça que, dividida entre seguir o coração e ficar com o rapaz ou ser esperta e ficar com o duque ,resolve enrolar o duque e ficar com o rapaz as escondidas.
O que contagia no filme é o conjunto de imagens na tela. De repente a cor toma conta do mundo, o som, musicas conhecidas mixadas num turbilhão que entra pelos ouvidos e dispersa a mente.
É engraçado , é poético , é surreal.
São quase duas horas nesse outro mundo .
Esqueçam a lógica, é puro Cinema.
Queremos sair dançando também.
Em muitos anos não aparecia um filme que motivasse assim a audiência. Moulin Rouge é um filme para ser visto em tela grande. O DVD ainda que na maior TV em linha não se compara ao espetáculo do cinema e ainda assim ele contagia quem o vê não importa a idade . Isso é raro.
Logo será comemorado o aniversário de 10 anos, é hora de rever.
Ah, eu amo "Moulin Rouge"! Posso reconhecer que não é o melhor filme que eu já vi, mas sem dúvida é o que eu guardo com mais carinho na memória, no coração e na prateleira (em edição definitiva recheada de extras, a propósito :D).
ResponderExcluirAcho que o que a Ana falou aí foi muito válido, de fato o filme não é uma inovação assustadora como filme, apesar de ter renovado as forças do gênero musical em Hollywood. Mas é um filme que mexe muito com a emoção da plateia e é muito eficiente na manipulação dessas por meio de uma trama simples, envolvente, que encontra seu diferencial no visual e nas canções. Nicole Kidman e Ewan McGregor cantam divinamente, ela está inacreditavelmente linda e desenvolta em um papel doce e cativante. O show de Jim Broadbent é o que se tem de top no quesito "interpretações caricatas mas magistrais" em Hollywood, e o filme é dirigido com uma perícia que não deixa de impressionar até hoje,
Inegável que Luhrmann é, sim, um dos grandes gênios a surgir no nosso século. Seu domínio da linguagem cinematográfica, sua ambição e seu senso de espetáculo, sua forma incessante de transmitir emoções para o espectador. Tudo isso encontrou auge em "Moulin Rouge", uma obra-prima e, porque não, um CLÁSSICO.
Abraço! :D