O que há de bom?
A trama gira em torno de como de Howard, um homem que era energético e carismático, lida com a morte de sua única filha. Devastado, ele começa a escrever cartas questionando o universo, direcionando suas mágoas as entidades Tempo, Amor e Morte. O drama ganha pontos por acertar como abordar a depressão e suas consequências, tema que acaba ganhando com frequência uma visão romantizada pela mídia, parece mais real aqui ao mostrar a desconexão que o personagem de Will Smith sente com o mundo ao seu redor desde a perda de sua filha. A atuação de Smith, embora se torne um pouco nostálgica ao lembrarmos de A procura da felicidade, é uma das mais competentes, mostrando bem a mudança de Howard antes e depois do acontecimento.
Com tantos nomes consagrados no elenco, ele é um dos destaques, além do trio que atua como as entidades Amor, Morte e Tempo, Keira Knightley, Helen Mirren e Jacob Latimore, respectivamente.
Passado em época de Natal, o filme consegue fazer uma relação interessante entre sua alternativa releitura de A christimas Carol com a doença que o protagonista enfrenta, uma das primeiras cenas, em que os dominós são derrubados, forma uma bonita metáfora para como o personagem de sente destruído. E ainda tem uma boa trilha sonora (destaque para Let's hurt tonight) que nos mantém despertos quando o filme se torna excessivamente lento... e falando nisso...
O que podia ser melhor?
Enquanto alguns atores seguram o longa, outros parecem fora da sua boa forma. Talvez por estarmos acostumados com Kate Winslet e Edward Norton sempre acima da média, vê-los atuando no automático incomoda. O drama de Whit, encarnado por Norton, ainda contrapõe de forma interessante a narrativa principal do filme - um pai perde sua filha fisicamente, enquanto o outro perde emocionalmente - mas o humor do personagem parece destoante demais com o resto do longa, que se leva muito a sério e se torna um tanto pretensioso demais.(Mirren, citada acima, equilibra seu personagem de forma muito mais competente, por exemplo) Quanto a Kate, seu arco sai de lugar nenhum e termina em "Ah, deixa pra lá". O filme, que tem pouco mais de uma hora e meia, se arrasta nos dramas paralelos e faz com que muita coisa aconteça sem que a gente realmente se importe.
Amiga, assim não tem como te defender.
A tentativa de plot twist no final, em vez de emocionante é totalmente sem nexo. Uma boa ideia que poderia ser o ponto alto, porém pessimamente executada.
Concluindo: Beleza oculta tem um abordagem interessante e uma mensagem comovente, no entanto o excesso de dramas paralelos jogados faz com que o filme se torne cansativo, tirando o brilho daquilo que seria sua melhor parte: a evolução do personagem de Will Smith e sua depressão.
nota:6/10
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