A chegada, no original Arrival, é o último
filme dirigido por Denis Villaneuve que conquistou oito indicações ao Oscar,
entre elas, melhor filme e melhor diretor. Lançado no Brasil no final de 2016,
o filme se desenrola a partir da chegada de alienígenas no planeta terra.
O que há de bom?
Quando anunciado, A chegada gerou várias
comparações com filmes como Contatos imediatos de terceira grau (1977) e até
mesmo Indepence day (1996), que surpresa quando nos deparamos com uma história
muito mais humana do que alienígena. Apesar realmente lembrar vários clássicos do gênero, Villaneuve consegue nos conectar com a grande reflexão que o longa propõe ao saber concentrar os dramas do filme nas minucias dos sentimentos humanos.
Amy Adams dá vida a doutora Louise Banks,
uma linguista que é contratada para tentar se comunicar com os alienígenas, e
também dá vida ao filme. É importante saber que o filme é muito mais sobre
Louise do que sobre os visitantes, e Amy tem a sutileza de conseguir mostrar todas as emoções sem nem precisar de falas. A
Apreensão de estar diante do desconhecido, o fascínio ao conhecer uma linguagem
nova, o medo daquilo que ela não consegue compreender, a coragem de lutar por
aquilo que ela acredita ser o certo.
O filme é feito para que ela brilhe, mas Jeremy
Renner e Forest Whitaker, um físico contratado
para o caso e o militar, também se encontram como competentes coadjuvantes, mesmo
que não tenham a chance de impressionar.
Denso e melancólico, o longa mantêm sua
fluidez. O maior acerto é saber onde manter sua narrativa: na forma intimista
onde vemos tudo através do ponto de vista da Doutora Banks, sem partir para os
conflitos mundiais em alta escala. Sim, eles são mencionados, mas na forma
necessária. O suficiente para fazer sentido a trama e não cair na forma mais fácil
de se fazer filmes de invasão alienígena. A forma como a história é contada é o maior
acerto, além de ainda trazer uma mensagem de fundo importante sobre linguista,
cultura e tolerância.
O que podia ser
melhor?
A ambientação que diferencia a Terra e dentro das naves
é incrível, a forma como a gravidade molda o enquadramento mostra como tudo aquilo é fora do
nosso cotidiano. Porém, em uma única cena especifica, o CGI não foi tão natural
quanto deveria e causou um efeito nada convincente. Felizmente, nada que tire o
mérito do filme.
Há outro momento em que há uma narração em terceira pessoa que
soa desnecessária, já que é um recurso utilizado apenas uma vez e que não tinha
tanta necessidade. Poderia ser passado para a voz da Amy Adams, assim como na
cena de abertura.
Concluindo: A chegada é um
ótimo filme que sabe onde quer chegar. Consegue transmitir sua mensagem mais
intimista sem deixar de encher os olhos e entreter o público e mesmo que a sua
narrativa não seja a mais comum, ele acerta em cheio em apostar na sua
surpresa.
Nota:9/10
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