Não tem como negar que os japoneses são os melhores na criação de história de filmes de terror e na produção de filmes do gênero. No início dos anos 2000, Hollywood percebeu o bom dinheiro que poderia ganhar ali e resolveu criar suas versões. Com essa primícia, foi lançado em 2002 O Chamado, terror estrelado por Naomi Watts que conta a história de uma fita em que, após ser assistida, você recebe uma ligação informando que terá apenas mais sete dias de vida. Com o tremendo sucesso, uma sequência foi lançada em 2005, pouco mais fraco que seu antecessor, mas ainda sim consegue bons sustos.
Treze anos depois, os estúdios decidiram que era hora de criar uma nova história e aproveitar o ícone pop em que se tornou a vilã Samara. Em O Chamado 3 Julia (Matilda Lutz), vai em busca de seu namorado Holt (Alex Roe) após ele se mudar para fazer faculdade e não a responder mais no celular por dias. Chegando lá descobre que o garoto está com os dias contados após assistir ao vídeo maldito que foi encontrado acidentalmente pelo professor da faculdade. Desesperado para encontrar alguém para fazer uma cópia e passar a maldição, Julia assiste ao vídeo e sacrifica sua vida no lugar do namorado. Porém, o vídeo em que assistiu contém cenas jamais vistas e que pode significar uma parte da história de Samara que ainda não foi contada e que precisa ser solucionada.
O filme acerta em modernizar o repasse do filme maldito. Diferente dos antecessores, não é mais necessário realizar a cópia de uma fita cacete. Basta cópiar para um pen-drive, encaminhar via email ou pelo celular e pronto, seus sete dias já estão salvos. Seria ótimo se o longa trabalhasse somente em cima deste enredo e só se preocupasse em mostrar a praticidade e o terror que o repasse desenfreado poderia causar. Entretanto, decidiram criar uma história além da que conhecemos na tentativa de humanizar ainda mais a garota.
Neste retorno, Samara não busca apenas aniquilar aqueles que assistem a seu vídeo e não o repassa. Desta vez a vilã esta em busca de vingança de um antepassado de sua história. Esta ação acaba descaracterizando a personagem e faz com que sentimos pena da garota a transformando quase em uma heroína em determinado momento. Não é esta a Samara que conhecemos e que pagamos para ver na telona. O erro só concertado nos minutos finais onde o desfecho nos deixa com uma possível sequência que torcemos para que não ocorra.
O Chamado 3 é a o pote de ouro que os estúdios esperavam devido aos bons números em que conquistou nas bilheterias. Entretanto, não é o retorno em que os fãs tanto desejavam. Recheado de sustos fracos, uma trilha sonora que beira a filmes de ação e protagonistas que em nenhum momento conseguem conquistar a empatia com o publico, o terror pode ser esquecido facilmente e de longe consegue despertar o medo que adquirimos de Samara em sua primeira aparição. Se o terror era sua escolha para ir ao cinema, sugerimos que espere até que o filme seja lançado em alguma rede streaming.
Nota: 4/10
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