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O QUE ACHAMOS DE:: Um limite entre nós

Fences, no Brasil adaptado para Um limite entre nós, foi o filme responsável por dar o Socar de Viola Davis na última edição da premiação. Com direção de Denzel Washington, que também está no elenco, o longa é uma adaptação de uma peça de teatro homônima que narra a trajetória de uma família nos anos 50.

Troy Maxson (Washington) é um ex jogador de baseball, que agora trabalha como catador de lixo para sustentar sua esposa Rose (Viola Davis) e seus dois filhos, com quem não se dá bem. A obra trabalha em cima de racismo, orgulho, e principalmente, frustração. Os personagens são construidos sempre nas sombras do que poderiam ser. A cena de embate, quando Troy não quer deixar o filho seguir carreira como esportista também, simboliza muito a mensagem do filme. A falta de capacidade de aceitar que sua vez já passou, que outros podem te substituir, que você não é tão único quanto pensava. Tudo é carregado de muito drama, principalmente os longos monólogos que o protagonista despeja sempre que tem oportunidade.
É mérito do bom texto conseguir trazer tramas atemporais, que se baseiam muito na complexidade de seus personagens, porém, o maior erro do filme, seja talvez ser fiel demais a sua origem.
A peça teatral Fences é um dos grandes nomes no teatro americano, vencedora de Tony e consagrada há anos, já a adaptação trazida para a telona, bem... não é exatamente uma adaptação. Poucos cenários, diálogos expansivos, pouca movimentação de câmera, a única sensação que o filme pode passar é que seria incrível ver a obra no teatro, junto a toda a magia que envolve essa mídia, mas que ao ser passada para o cinema, se torna cansativa e expositiva demais. Uma sensação esquisita de que o filme não consegue se manter sozinho.
É compreensível que toda a produção queira homenagear a obra, porém, era necessário sim ocorrerem algumas mudanças para que essa história conseguisse atingir a um público diferente, e trouxesse uma nova visão se aproveitando dos novos recursos que o cinema proporciona. No teatro, nós somos muito envolvidos pela força das atuações e pela proximidade que temos da arte, no cinema, isso se perde, e infelizmente, não há algo novo nessa adaptação que consiga substituir esse brilho.

Concluindo: A força do roteiro e a atuação (principalmente a de Viola Davis) seguram as pontas, mas não o suficiente para salvar o filme do tédio.
Nota: 7/10
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