O problema com Piada Mortal, a animação, é o prólogo que a inicia. A história em quadrinhos, lançada 1988, é uma das mais prestigiadas e amadas pelos fãs, e sua qualidade é indiscutível, porém, a questão é: Ela era curta demais para a produção de um longa metragem, então seria necessário colocar mais informações inéditas para que a animação chegasse aos 73 minutos de duração que tem, e aí que resolveram dar uma história inicial para a Batgirl, onde Bárbara Gordon passa quase 40 minutos pensando em problemas de relacionamento (que nem deveria existir) com o Batman.
Por mais icônica que a obra original seja, precisamos reconhecer que ela é um desserviço a Batgirl como personagem. É nessa história em que ela se torna paraplégica e sofre um suposto estupro (que fica implícito) do Coringa, logo depois dele ter atirado nela, para motivar as atitudes do Batman. Isso, em vez de ser "aliviado" com um prólogo que desse algum destaque para a personagem na história, alguma função que tornasse a violência ainda mais impactante, acaba por piorar ainda mais a situação, transformado uma relação que antes tinha um tom mais fraternal em algo amoroso. (Alô, Dick Grayson, seu pai postiço está fazendo sexo com a sua namorada. Alguém mais ficou muito incomodado com isso?).
Até chegarmos ao ponto que realmente interessa, a adaptação de Piada Mortal propriamente dita, a maior parte da empolgação já se foi. É bom que podemos contar com a voz de Mark Hamill para devolver um pouco dela, o seu Coringa sempre figura entre as melhores adaptações dos personagens, e dessa vez não é diferente, e ganha mais força ao representar a adaptação de uma das primeiras histórias que se aventurou em dar um passado ao palhaço do crime.
A animação em si parece estranha também, apesar do traço ser muito similar ao original, a forma com que os personagens se movem parecem duras demais, sem fluidez, como se fossem atores ruins tentando representar. Nem os bons dubladores salvam tudo.
Concluindo: Batman: A piada Mortal deveria ter sido feito em forma de curta, para adaptar realmente a história que propõe e fazer jus ao legado da obra original. A última meia hora é muito boa, mas é preciso coragem pra enfrentar o prólogo arrastado que não acrescenta nada a história.
Nota:6/10
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